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Nossas primeiras impressões sobre a "artRAVE", nova turnê de Lady Gaga




Tudo que envolva o nome de Lady Gaga é um acontecimento, principalmente quando estamos falando de uma turnê. As tours são o ápice do desenvolvimento criativo de um álbum, já que nelas nós vemos a apresentação do conceito do material expandido. E em termos de tours Gaga sempre mostrou-se incrível. Até mesmo com sua tímida "The Fame Ball Tour", a pequena e primeira turnê de sua carreira, já mostrava traços de sua megalomania em cima do palco, com roupa de bolhas e performances teatrais e tecnológicas.


A cantora virou referência no ramo com a "The Monster Ball Tour", uma turnê genial com mais de duzentos shows que entrou na lista de turnês mais lucrativas da história. Quando achávamos que ela não poderia se superar, surge a "Born This Way Ball". Com um palco absurdo, um castelo medieval em tamanho real com partes móveis, a turnê foi um sucesso de público e crítica. Claro que tudo isso só nos faz pensar "O que Gaga estará planejando para a próxima?".

E a tal próxima é a "The ARTPOP Ball", ou "artRAVE", para resumir. Com o slogan "Música, Moda, Dança, Festa", tudo o que esperávamos era uma alucinante balada regada com a genialidade da cantora, mas não foi exatamente isso que encontramos no primeiro show da turnê, em Fort Lauderdale.





Com uma tremenda falta de conceito, Gaga apresentou a "artRAVE" como uma turnê como qualquer outra: apenas suas músicas e nada mais. Não tem uma "história" como as tours anteriores, não tem artefatos cênicos absurdinhos e tem em excesso figurinos horrorosos (como esse abaixo, que não entendemos o motivo da sua existência).



OBS.: Nós sabemos quem foram as Rave Girls, onde a Gaga tirou esse visual, e como eram suas roupas, o nosso "não entendemos o motivo da sua existência" é sobre o fato de o figurino ser horrível (ela tá de tênis...).


Outra dificuldade visível foi a escolha da setlist. Gaga já possui três álbuns e um grande EP, balancear tudo é um desafio para qualquer um, mas a escolha das músicas pareceu deslocada, com algumas desnecessárias ("Cake Like Lady Gaga" no meio podendo dar lugar à "Judas", "Marry The Night" ou "The Edge of Glory" foi deprimente), mas a cantora nos surpreendeu apresentando músicas inéditas, como a insana "Partynauseous" e "Ratchet" (SIM!) numa interlude.



Se não bastasse o visual fraco (roupas de plástico...), o glorioso palco, o Olimpo, foi quase que completamente subutilizado. Enquanto na "The Monster Ball Tour" o palco ganhava adereços que o mudavam completamente e na "Born This Way Ball" o castelo era usado em seus três andares, o Olimpo ficou ali só de enfeite, quase não havendo interação da cantora com ele. Por outro lado, as passarelas translúcidas foi uma ideia incrível e que funciona muito bem.




Outro grande acerto com a turnê foi a retirada do bloco com o piano. A parte acústica do show é sim bonita, mas chata e uma grande quebra de ritmo (na última turnê, quando estávamos fervendo com "Heavy Metal Lover" e "Bad Kids", entrava o piano e fazia todo mundo se cansar). O piano sim foi usado, mas de forma moderada.




Sim, nós sabemos que esse foi só o primeiro show, que o mesmo pode sofrer várias mudanças (estamos torcendo para que sofra mesmo), como a "The Monster Ball", que foi divida em "1.0" e "2.0", mas é inegável nossa decepção com a "artRAVE", uma turnê que diverte sim, afinal Lady Gaga é uma ótima performer e domina seu show como poucas, mas dessa vez nos trouxe uma turnê como qualquer outra, com erros que se acentuam quando olhamos para trás e a vemos como a rainha de um castelo ou a rebelde do Brooklyn.

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