Conheça a história dos monges guerreiros, que criaram uma das mais poderosas organizações medievais
Você já ouviu falar dos cavaleiros templários, que usavam longas vestes brancas com o símbolo da cruz vermelha, espadas compridas, escudos e montavam em cavalos durante o período da Idade Média? Quem não tiver conhecimento sobre o assunto, agora terá. Mesmo com o passar do tempo, esses homens não foram esquecidos ou deixados para trás, pelo simples motivo de que possuem uma história enigmática, a qual desperta curiosidade e profunda análise.
Após a vivência de Jesus Cristo em Jerusalém, capital do atual Estado de Israel, a Terra Santa se tornou almejada e com frequentes peregrinos visitantes, pois havia indivíduos os quais vendiam todos os bens materiais a fim de conseguir viajar para esse ambiente, com o intuito de apalpar o que restava do famoso templo edificado pelo rei Salomão ou por andar no mesmo chão onde o mestre pisou. Com tantas pessoas que transitavam no território considerado sagrado, era necessário garantir a segurança dos peregrinos cristãos em sua passagem da zona europeia e norte-africana e o controle do lugar e, por isso, foram instituídas diversas ordens militares e assistenciais para fazer esse serviço. Uma delas surgiu no ano de 1119, quando nove cavaleiros franceses e veteranos da primeira cruzada (que aconteceu por volta de 1095), entre eles, Hugh de Payen e Godofredo de Saint Omer, apadrinhados por São Bernardo de Claraval (famoso monge e pregador que era sobrinho de um dos cavaleiros), dirigiram-se ao Rei Balduíno II, do Reino de Jerusalém, e comunicaram a intenção de fundar uma Ordem de monges guerreiros com o objetivo de proteger a rota de passagem dos peregrinos cristãos. A autoridade atendeu ao pedido e os membros fizeram votos de pobreza pessoal, castidade, piedade, obediência, bênção de armas e o compromisso de manterem todo o patrimônio em comum. Alojaram-se nas estrebarias do antigo Templo de Salomão, local da mesquita de Al Aqsa e, por esse motivo, ficaram mais conhecidos como Cavaleiros do Templo ou Cavaleiros Templários do que como A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, Pobres Soldados de Cristo e do Templo de Salomão, ou ainda, Milícia de Cristo.
Somente no ano de 1129, obtiveram o reconhecimento oficial no concílio de Troyes, situado na França, quando o regulamento foi redigido pelo São Bernardo de Claraval. Assim, receberam uma vestimenta especial da cor branca do Papa Honório II. Mais tarde, o Papa Eugênio III concedeu-lhes como distintivo a cruz vermelha para utilizá-las em trajes, bandeiras, entre outros. O símbolo era constituído de um círculo e dentro dele dois soldados montados no mesmo cavalo, o qual transmitia, propositadamente, uma insinuação à pobreza. Estabeleceram-se numa hierarquia constituída por sacerdotes e militares. Esse crescimento de integrantes é explicável porque, aos poucos, nobres e príncipes enviaram os próprios filhos para participarem e, consequentemente, fizeram com que a Ordem ficasse rica e popular em toda a Europa. Mantinha-se através de uma fortuna oriunda de doações dos reinados e era isenta de todos os impostos.
A crença deles estava firmada desde a primeira cruzada pelo papa Urbano II que, ao ser convocado aos nobres franceses no concílio de Clermont, argumentou a ideia de que o interesse em participar nas guerras contra os invasores pagãos e na reconquista da Terra Santa eram obrigações cristãs. Essas práticas foram consideradas como atividades preciosas para conseguir o perdão das dívidas com a igreja e dos pecados subjetivos cometidos na vida terrena. Tudo isso é confirmado através desta passagem do discurso de Urbano II: “Se os que forem lá perderem a sua vida durante a viagem por terra ou por mar ou na batalha contra os pagãos, os seus pecados serão perdoados nessa hora; eu o determino pelo poder que Deus me concedeu [...].” Essa informação foi sustentada e mantida pelos sucessores. Claramente, os grupos que surgiram, entre eles, os templários, tiveram a autorização do Papa para assassinar sem piedade. Eles acreditavam que não havia homicídio, pois ao eliminar um “inimigo”, o responsável era visto como um “carrasco de Cristo”.
Os templários demonstraram ter veneração por Maria, mãe de Jesus, porque construíram, ao longo da existência, diversas basílicas sagradas. Dentre elas, a célebre Igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar (Portugal), cuja estrutura-base está na origem de todas as outras que foram construídas pelos cavaleiros portugueses. Ainda nesse aspecto, os templários viam a imagem da Virgem Maria como uma mãe protetora que estava sempre ao lado deles para confortá-los. Sobretudo, no momento do sofrimento e da adrenalina na guerra, tinham em mente que, em todo caso, ao falecerem receberiam a benção e o repouso inacabável do criador do universo e da santíssima iluminada. Como monges e cavaleiros de Cristo, formado somente por homens, estavam completamente proibidos de ter qualquer forma de contato com o lado feminino universal e, essa disciplina severa na religião, se exerce até hoje em dia. A mãe de Jesus, vista como pura e amável, era a única figura feminina a qual eles podiam adorar sem restrição.
De todos os mistérios templários, o mais intrigante é a história do Graal ou Santo Graal. Esse enigma rendeu, no percorrer dos anos, inúmeras interpretações. Algumas afirmam que é um material misterioso como um cálice sagrado usado por Jesus durante a última ceia e que o mesmo recipiente foi utilizado para coletar o sangue quando, após a crucificação, um dos soldados romanos perfurou o corpo de Jesus com uma lança. Outras versões consideram ser um livro secreto, um prato, uma espada, pomba, pedra do céu e assim por diante. Algumas hipóteses apontam que os monges guerreiros, além da coroa de espinhos desgastados por Jesus enquanto padeceu na cruz e outros magníficos tesouros valiosos, possuíam e guardavam essa suposta relíquia cristã. Também existe a possibilidade de que eles tenham conseguido, no decorrer do desenvolvimento da Ordem, alcançar um dos principais objetivos que era encontrar a Arca da Aliança e as Tábuas das Leis Divinas no Templo de Salomão.
Ainda com relação ao Graal, outra explicação do tema aponta que poderá ter sido uma sabedoria particular a qual, se for revelada, colocará em dúvida a visão do próprio fundamentalismo dogmático da igreja. Atualmente, essa ideia é amplamente sustentada devido às descobertas de pergaminhos, como os do Mar Morto, e ao sucesso do livro do escritor Dan Brown em seu romance O Código Da Vinci, no qual afirma a possibilidade da união de Jesus com Maria Madalena e que deu a essa personagem o caráter de vaso místico do sangue de Cristo. “O Santo Graal é um objeto de veneração de muitos movimentos místico-religiosos, entre eles, os templários, mas não pode ser visto como um objeto real, pois não temos dados que confirmem a sua existência em momento algum da história, especialmente na idade média, quando surgiram as primeiras narrativas cristãs sobre esse objeto. Ele pode, atualmente, ser considerado mais como um símbolo da busca do ideal de graça, da pureza e da elevação espiritual do homem”, explica o professor, assistente e doutor do Departamento de História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Alvaro Allegrette.
A Ordem foi tão fenomenal que, com o tempo, transformou-se numa das mais poderosas organizações na história da Europa medieval e, logo após, numa associação de enorme poder político, militar e econômico. Mas essa evolução foi consequência da dinâmica que desempenhavam e dos auxílios obtidos, pois os componentes das famílias mais prestigiadas da Europa associavam-se às tropas, além das doações de propriedades pela aristocracia europeia. Através disso, tornaram-se donos de várias terras distribuídas por todas as localidades europeias. Sob o pretexto de defender os peregrinos cristãos, os templários adquiriram exércitos poderosos e eficientes. Subordinados apenas ao papa, o crescimento foi contínuo e no século XIII a Ordem possuía cerca de 17 províncias com mais de 20 mil membros. Parte desses integrantes estava ligada às atividades financeiras e comerciais, que a Ordem desenvolvia desde o século XII e que rendeu cerca de 800 mil libras anuais. Isso tornou a Ordem motivo de cobiça e temor de governantes e da própria igreja. Em 100 anos, fizeram o pioneiro medieval dos conglomerados multinacionais, com a finalidade de produzir vários serviços comerciais da época. Ou seja, eles possuíam muitas riquezas materiais do que qualquer reino europeu. Entre as diversas atividades exercidas, algumas foram as construções e sustentações de fazendas, castelos, moinhos, celeiros, oficinas, estábulos e alojamentos. O que os ajudaram a conquistar informações para depois transformarem em algo comercial foi a rede de comunicação feita na terra santa até a Europa. Por esse trabalho, ao longo das investigações, descobriram o início dos conhecimentos de matemática, astronomia, tratamento e curas de doenças por meio de plantas, entre outras descobertas.
No decorrer dos variados combates, a decaída começou a acontecer quando perderam a posse de Jerusalém para Saladino, em torno de 1187, porém, após alguns anos, quando Frederico II, da Alemanha conseguiu retomar o controle da Terra Santa, os templários instalaram-se novamente no quartel-general. Mas a sorte não estava realmente ao lado dos cavaleiros. Pouco tempo depois, em 1244, foram expulsos porque a cidade ficou sob domínio das forças muçulmanas. Ao perderem as instalações no desejado lugar, a Ordem transferiu-se para o Porto de Acre, o qual tinha sido conquistado por Ricardo Coração de Leão. Ocuparam uma parte substancial de Acre e, tornaram a localidade chamativa e tonificada devido aos castelos com imensas torres e paredes altas. Conseguiram manter essa fortificação por certo período, mas como o azar estava em volta deles, a cidade ficou definitivamente comandada pelos muçulmanos.
Após a decaída, os templários tinham uma alternativa ao lembrarem que possuíam uma base na ilha de Chipre e, com isso, mudaram o quartel-general para esse espaço. De lá, com a intenção de não desistirem da ideia de continuar com as promessas e objetivos, tentaram, de alguma forma, afligir o comando dos inimigos. Entretanto, o poder na ilha chamou a atenção das autoridades do local. Ao terem em mente que a situação poderia complicar-se e que era complexo controlar a ilha, decidiram retornar à Europa.
De fato, não estavam contentes em voltar, principalmente por terem perdido os poderes no Oriente Médio, mas não restava outro caminho a percorrer e tinham que arriscar para manterem a organização ativa. Realmente, eles estavam certos em ficarem desconfiados, porque se depararam com o que viria a ser o destruidor fatal: o rei Felipe IV, o Belo, da França (1268-1314). Bem antes, esse monarca tinha se candidatado para ser um cavaleiro na Ordem, mas por motivos diversos não foi aceito e essa rejeição gerou ressentimentos. Para piorar, devia terras e imensas somas em dinheiro aos cavaleiros e precisava cancelar, o mais rápido possível, os débitos provocados para não prejudicar a imagem diante das outras autoridades. Também raciocinou que era um perigo a vivência de uma organização potente e com tantos territórios e propriedades dentro do próprio reino. Diante desse momento de dificuldade, o rei poderia ter tomado uma atitude nobre construída de fundamentos superiores e sábios, mas, pelo ao contrário, deixou-se influenciar pelo pensamento inferior e infeliz, quando imaginou a possibilidade da apropriação das riquezas dos templários se, no caso, conseguisse destruí-los inteiramente. Com certeza, isso se associou com aquela amarga lembrança de ter sido recusado e, como é nítido perceber, mexeu com o orgulho e outros defeitos contidos no íntimo. A catástrofe estava por vir. Era o começo de uma fase cruel para a Ordem que, além de perder cada vez mais poder, começava a se aproximar do fim.
Durante esse período ocorreu a morte misteriosa de dois papas que, curiosamente, não tinham boas relações com o rei. O francês Beltrão de Got desejava alcançar o papado e a ambição do rei ficou fortificada ao notar que o candidato era fraco e facilmente manejável. Felipe observou que poderia utilizá-lo com ferramenta para colocar em ação a estratégia de extermínio aos templários, pois apenas um papa possuía poder político suficiente para fazê-lo. Com a vitória, Beltrão de Got subiu ao Trono de São Pedro como o Papa Clemente V. Pressionada pelo rei, a autoridade considerou e permitiu o direito da cassação para conseguir provas e incriminar os cavaleiros templários totalmente. Ao serem perseguidos e presos, 123 cavaleiros passaram por momentos de sofrimento e dor, porque foram submetidos a sessões de torturas.
Por meio de torturas insuportáveis, os cavaleiros templários assumiram certas práticas completamente contrárias aos fundamentos da igreja católica, como de renegar a Cristo com os atos de cuspirem e andarem sobre a cruz, tendências ao homossexualismo, atos obscenos e, o pior, idolatrar uma divindade nomeada de Baphomet. A partir desse momento, contestações, denúncias polêmicas e embaralhadas, principalmente de heresia, colocou a sustentação da Ordem em risco por toda a Europa. Por se tratar de um tempo em que predominava a Inquisição, as acusações foram facilmente aceitáveis e não ofereceram o direito aos soldados de provar a inocência, o que os deixou sem nenhuma chance de serem absolvidos. O que ajudou para o fim total da Ordem foram os depoimentos de outros cavaleiros excluídos da organização que, subornados, reforçaram a ideia de que os antigos colegas praticavam ritos blasfemos. Mas o rei, não contente o suficiente, queria capturar o líder da Ordem e, para conseguir o objetivo, tramou uma armadilha e, em segredo, teve a vontade atendida quando, no dia 13 de Outubro de 1307, o grande mestre dos Templários, Jacques de Molay e 60 dos mais admiráveis monges foram presos na capital da França, em Paris. Por consequência, no território francês, milhares de soldados foram condenados à prisão.
A história de angústia ainda não tinha terminado para o Grão-Mestre da Ordem e seus companheiros. Durante sete anos, eles foram continuadamente submetidos a torturas e viveram em condições subumanas. Como as dificuldades infinitas e dolorosas se estenderam por um longo tempo, assumiram o que os acusadores queriam ouvir e, simultaneamente, sem ter alternativa, ofereceram a base jurídica para a eliminação definitiva da Ordem dos Templários, em 1312. Enquanto isso, as riquezas e outras preciosidades dos cavaleiros foram confiscadas e dadas à proteção de Felipe. Após alguns anos do encarceramento, no dia 14 de março de 1314, o alto comando templário renegou todas as confissões feitas durante as sessões agonizantes e, não lhe restou outra saída, porque foi queimado vivo em público através da fogueira da Inquisição, em Paris. Diz uma lenda que Jacques de Molay, no momento em que agonizava na fogueira, pediu o comparecimento do rei e do Papa Clement para juntarem-se a ele, dentro de um ano, diante do julgamento de Deus. Curiosamente, os dois morreram em menos de um ano depois e, sem sombra de dúvidas, esse acontecimento auxiliou e reforçou as lendas em volta dos cavaleiros. Segundo a igreja, após esse processo, a Ordem foi oficialmente extinta por toda a Europa e a estrutura e os bens foram diluídos em outras Ordens sem alta significância. No entanto, reações diante da supressão dos templários variaram de país para país. A Ordem Rosa Cruz e a Maçonaria são consideradas descendentes diretas dos cavaleiros templários.
Nesse artigo, não podemos deixar de mencionar que dentro do conhecimento deles e de outros cavaleiros e combatentes cruzados, o ensinamento cristão de amor ao próximo estava restrito somente aos que fossem cristãos. É bem possível que alguns cavaleiros templários sustentassem apenas o ideal de proteger os peregrinos cristãos, mas isso seria a exceção. Em geral, ao lado de toda iniciação esotérica (oculta) a qual transcendia o conhecimento espiritualista popular, a ambição e a guerra ainda dominavam aquelas mentes. A única forma, de combatermos em nome de Cristo, é seguir seus exemplos de amor e respeito incondicional ao próximo.
Após a decaída, os templários tinham uma alternativa ao lembrarem que possuíam uma base na ilha de Chipre e, com isso, mudaram o quartel-general para esse espaço. De lá, com a intenção de não desistirem da ideia de continuar com as promessas e objetivos, tentaram, de alguma forma, afligir o comando dos inimigos. Entretanto, o poder na ilha chamou a atenção das autoridades do local. Ao terem em mente que a situação poderia complicar-se e que era complexo controlar a ilha, decidiram retornar à Europa.
De fato, não estavam contentes em voltar, principalmente por terem perdido os poderes no Oriente Médio, mas não restava outro caminho a percorrer e tinham que arriscar para manterem a organização ativa. Realmente, eles estavam certos em ficarem desconfiados, porque se depararam com o que viria a ser o destruidor fatal: o rei Felipe IV, o Belo, da França (1268-1314). Bem antes, esse monarca tinha se candidatado para ser um cavaleiro na Ordem, mas por motivos diversos não foi aceito e essa rejeição gerou ressentimentos. Para piorar, devia terras e imensas somas em dinheiro aos cavaleiros e precisava cancelar, o mais rápido possível, os débitos provocados para não prejudicar a imagem diante das outras autoridades. Também raciocinou que era um perigo a vivência de uma organização potente e com tantos territórios e propriedades dentro do próprio reino. Diante desse momento de dificuldade, o rei poderia ter tomado uma atitude nobre construída de fundamentos superiores e sábios, mas, pelo ao contrário, deixou-se influenciar pelo pensamento inferior e infeliz, quando imaginou a possibilidade da apropriação das riquezas dos templários se, no caso, conseguisse destruí-los inteiramente. Com certeza, isso se associou com aquela amarga lembrança de ter sido recusado e, como é nítido perceber, mexeu com o orgulho e outros defeitos contidos no íntimo. A catástrofe estava por vir. Era o começo de uma fase cruel para a Ordem que, além de perder cada vez mais poder, começava a se aproximar do fim.
Durante esse período ocorreu a morte misteriosa de dois papas que, curiosamente, não tinham boas relações com o rei. O francês Beltrão de Got desejava alcançar o papado e a ambição do rei ficou fortificada ao notar que o candidato era fraco e facilmente manejável. Felipe observou que poderia utilizá-lo com ferramenta para colocar em ação a estratégia de extermínio aos templários, pois apenas um papa possuía poder político suficiente para fazê-lo. Com a vitória, Beltrão de Got subiu ao Trono de São Pedro como o Papa Clemente V. Pressionada pelo rei, a autoridade considerou e permitiu o direito da cassação para conseguir provas e incriminar os cavaleiros templários totalmente. Ao serem perseguidos e presos, 123 cavaleiros passaram por momentos de sofrimento e dor, porque foram submetidos a sessões de torturas.
Por meio de torturas insuportáveis, os cavaleiros templários assumiram certas práticas completamente contrárias aos fundamentos da igreja católica, como de renegar a Cristo com os atos de cuspirem e andarem sobre a cruz, tendências ao homossexualismo, atos obscenos e, o pior, idolatrar uma divindade nomeada de Baphomet. A partir desse momento, contestações, denúncias polêmicas e embaralhadas, principalmente de heresia, colocou a sustentação da Ordem em risco por toda a Europa. Por se tratar de um tempo em que predominava a Inquisição, as acusações foram facilmente aceitáveis e não ofereceram o direito aos soldados de provar a inocência, o que os deixou sem nenhuma chance de serem absolvidos. O que ajudou para o fim total da Ordem foram os depoimentos de outros cavaleiros excluídos da organização que, subornados, reforçaram a ideia de que os antigos colegas praticavam ritos blasfemos. Mas o rei, não contente o suficiente, queria capturar o líder da Ordem e, para conseguir o objetivo, tramou uma armadilha e, em segredo, teve a vontade atendida quando, no dia 13 de Outubro de 1307, o grande mestre dos Templários, Jacques de Molay e 60 dos mais admiráveis monges foram presos na capital da França, em Paris. Por consequência, no território francês, milhares de soldados foram condenados à prisão.
A história de angústia ainda não tinha terminado para o Grão-Mestre da Ordem e seus companheiros. Durante sete anos, eles foram continuadamente submetidos a torturas e viveram em condições subumanas. Como as dificuldades infinitas e dolorosas se estenderam por um longo tempo, assumiram o que os acusadores queriam ouvir e, simultaneamente, sem ter alternativa, ofereceram a base jurídica para a eliminação definitiva da Ordem dos Templários, em 1312. Enquanto isso, as riquezas e outras preciosidades dos cavaleiros foram confiscadas e dadas à proteção de Felipe. Após alguns anos do encarceramento, no dia 14 de março de 1314, o alto comando templário renegou todas as confissões feitas durante as sessões agonizantes e, não lhe restou outra saída, porque foi queimado vivo em público através da fogueira da Inquisição, em Paris. Diz uma lenda que Jacques de Molay, no momento em que agonizava na fogueira, pediu o comparecimento do rei e do Papa Clement para juntarem-se a ele, dentro de um ano, diante do julgamento de Deus. Curiosamente, os dois morreram em menos de um ano depois e, sem sombra de dúvidas, esse acontecimento auxiliou e reforçou as lendas em volta dos cavaleiros. Segundo a igreja, após esse processo, a Ordem foi oficialmente extinta por toda a Europa e a estrutura e os bens foram diluídos em outras Ordens sem alta significância. No entanto, reações diante da supressão dos templários variaram de país para país. A Ordem Rosa Cruz e a Maçonaria são consideradas descendentes diretas dos cavaleiros templários.
Nesse artigo, não podemos deixar de mencionar que dentro do conhecimento deles e de outros cavaleiros e combatentes cruzados, o ensinamento cristão de amor ao próximo estava restrito somente aos que fossem cristãos. É bem possível que alguns cavaleiros templários sustentassem apenas o ideal de proteger os peregrinos cristãos, mas isso seria a exceção. Em geral, ao lado de toda iniciação esotérica (oculta) a qual transcendia o conhecimento espiritualista popular, a ambição e a guerra ainda dominavam aquelas mentes. A única forma, de combatermos em nome de Cristo, é seguir seus exemplos de amor e respeito incondicional ao próximo.